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13/02/2012

Advogados de defesa e acusação batem boca durante depoimento de policial

A juíza Milena Dias teve que intervir para que a sessão continuasse
Gabriel Mestieri, do R7
advogada_daiaDaia Oliver/R7
Veja fotos do 1º dia do julgamento
Ana Lúcia diz que se sentiu “agredida” durante o julgamento

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O depoimento do sargento da Polícia Militar Atos Antonio Valeriano foi marcado por um bate boca entre o assistente de acusação José Beraldo e advogada de Lindemberg Alves, Ana Lúcia Assad. Beraldo perguntava a Atos que desfecho ele acreditava que a história teria tomado caso ele não tivesse sido substituído nas negociações com o sequestrador quando a advogada tentou interrompê-lo, afirmando que a pergunta era uma “especulação”. 
Foi então que o assistente de acusação falou para a advogada ficar quieta e ela, na sequência, pediu respeito ao colega. 
- O senhor acha que está falando com a sua esposa?
Beraldo afirmava que sua esposa era uma ótima advogada quando a juíza Milena Dias interrompeu a discussão dos dois para prosseguir com o depoimento.
Agredida
Mais cedo, Ana Lúcia diz que se sentiu “agredida” durante o julgamento. Ela afirmou que Lindemberg tem direito à defesa técnica e que, se não fosse ela, um dos outros 700 mil advogados do Brasil estaria trabalhando para ele.
- Durante a oitiva de algumas testemunhas, pessoas que estavam assistindo se manifestaram de forma agressiva contra a pessoa desta advogada. É preciso deixar claro que os defensores não estão sendo julgados.

O primeiro dia do julgamento do caso Eloá terminou por volta das 20h desta segunda-feira. A sessão será retomada na terça-feira (14), às 9h, com o depoimento do irmão da vítima, Ronikson Pimentel dos Santos.

O policial militar Atos Antonio Valeriano foi a quarta testemunha de acusação a prestar depoimento no julgamento de Lindemberg. Durante o cárcere privado de Eloá Pimental, Valeriano foi alvo de tiros disparados pelo réu de dentro do apartamento. O depoimento dele começou por volta das 19h10 e terminou cerca de 40 minutos depois.
Antes, foram ouvidos os adolescentes Iago Vilera de Oliveira, Vitor Lopes de Campos e Nayara Rodrigues.
Durante o depoimento de Iago, o adolescente disse que o réu chegou a ameaçar de morte todos que estavam no apartamento no bairro Santo André, em Santo André, no ABC, na tarde de 13 de outubro de 2008.
- Teve uma hora que ele disse que ninguém sairia vivo de lá. Ele apontava a arma para todos nós. Outra hora ele dizia que mataria Eloá e depois se mataria.
Questionado se ficou surpreso com o desfecho do caso, Iago, que na época do crime era namorado de Nayara Rodrigues, disse que não porque Lindemberg deixava bem claro que iria matar Eloá.
- Ele disse que era para a gente colocar músicas que a gente gostava porque seriam as últimas que a gente iria ouvir.
Tanto Iago quanto Vitor Lopes de Campo, que prestou depoimento antes, disseram que Lindemberg estava emocionalmente alterado desde que invadiu o apartamento. Os adolescentes disseram que levaram coronhadas na cabeça e Eloá levou tapas no rosto e chutes diversas vezes.
Assim como Nayara em seu depoimento, Iago confirmou que Lindemberg voltou rindo depois de efetuar os disparos contra o policial militar pela janela do banheiro.
- Ele disse que era bom de mira, porque faltou pouco para pegar no policial. Ele se mostrou orgulhoso por dar o tiro. 
Vitor foi o segundo a falar nesta tarde e, logo na sequência Iago foi ouvido. Cada depoimento durou pouco mais de 30 minutos. Durante a fala de Vitor, Lindemberg continuou fora da sala de audiência, retornando apenas para o depoimento de Iago.
Depoimento de Nayara

No primeiro depoimento desta segunda, Nayara Rodrigues já havia afirmado que Lindemberg sempre teve intenção de matar Eloá Cristina Pimentel. A fala da garoto durou cerca de duas horas.

- Ele falou que iria matá-la e sair andando, se Eloá estivesse sozinha no apartamento.
Segundo Nayara, Lindemberg chegou a falar para o pai da Eloá de sua intenção de matar a adolescente de 15 anos.

- Ele falou para o pai [da Eloá] que se ela não fosse dele não seria de ninguém [...] A intenção dele era matá-la, não tinha muito que negociar. Ele era irredutível.

A jovem é considerada pela acusação a principal pessoa a ser ouvida durante o julgamento.
Nayara afirmou ainda que, no último dia do cárcere, Lindemberg chegou a pedir para que as meninas vestissem casacos porque iriam sair, mas mudou de ideia. Na sequência, segundo ela, ele resolveu colocar a mesa para obstruir a entrada pela porta. Pouco tempo depois, a jovem diz que ouviu três disparos, mas garantiu que eles foram dados quando a polícia ainda tentava entrar no apartamento.

- Ouvi três barulhos, quando os PMs ainda estavam tentando entrar.

A amiga de Eloá disse que durante a tentativa de invasão ela se cobriu com um edredom e só voltou a olhar quando os policiais já tentavam render Lindemberg. Ela lembrou ainda que, durante a invasão, ela pode perceber que houve dificuldade para entrar, pois percebeu os policiais chutando a porta.
Lindemberg Alves é acusado de 12 crimes. Além do cárcere e assassinato de Eloá Cristina, Lindemberg é acusado de tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe contra Nayara Rodrigues da Silva, amiga de Eloá; por outra tentativa de homicídio qualificado, com finalidade de assegurar a execução de outros crimes, contra o policial militar Atos Antonio Valeriano; cárcere privado de Nayara e dos adolescentes, colegas de Eloá, Victor Lopes de Campos e Iago Vilera de Oliveira; cárcere de Ronikson Pimentel dos Santos, irmão de Eloá; e disparos de arma de fogo. Todos os crimes ocorreram em outubro de 2008. 
Assista ao vídeo: 

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