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11/12/2012

Tratamento com HIV cura leucemia de criança nos EUA


Parece uma ideia tirada das mais crueis piadas de humor negro, mas é real. Emma Whitehead (na foto com sua mãe Kari), uma garota americana de apenas 7 anos conseguiu se curar de sua leucemia com um tratamento que utiliza o HIV, o vírus da Aids. Trata-se de um novo tratamento, testado em pouquíssimas pessoas até o momento. Os médicos utilizam uma forma desabilitada do vírus para reprogramar geneticamente as células T, responsáveis pela imunidade do organismo, para destruir células cancerígenas.

O New York Times explica o motivo pelo qual os cientistas decidiram usar o vírus HIV para o tratamento. O jornal cita que ele é muito eficiente em implantar material genético nas células T.

"Nossa meta é alcançar a cura, mas não podemos utilizar esta palavra", conta o pesquisador Carl June, que lidera o grupo de pesquisas da Universidade da Pensilvania, que desenvolveu o tratamento. Eles sonham com o dia em que este recurso possa substituir o transplante de medula óssea e também outros tratamentos mais caros e arriscados para combater a leucemia.

Os resultados ainda são bastante confusos e diversos. Segundo o periódico, três adultos também entraram em completa remissão, sem sinais da doença; dois deles há mais de dois anos. Quatro entraram em remissão parcial e uma criança entrou em remissão, mas teve uma recaída. Em dois adultos, o tratamento não funcionou.

As células são retiradas do corpo do paciente, expostas ao HIV alterado, reprogramas e reinseridas no paciente. As novas células alteradas, então, atacam diretamente as células B, que são parte integrante do sistema imunológico, mas que se tornam malignas em casos de leucemia.O jornal diz que o processo quase matou a jovem Emma, mas após um período de sete meses, ela entrou em remissão completa da leucemia.

Inclusive, este é um dos problemas apontados para este tratamento. As células reprogramadas não atacam apenas as células B malignas, mas todas as células B do paciente. Com isso, o sistema imunológico fica enfraquecido, obrigando o paciente a se tratar para evitar infecções. Também ainda não está claro para os pesquisadores se os pacientes precisarão utilizar o tratamento para sempre.
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