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30/05/2014

Agente morre de meningite e sindicato pede intervenção em presídios do RN


Agente penitenciário Carlos Daniel Luz trabalhava na Penitenciária Agrícola Doutor Mário Negócio, em Mossoró
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte (Sindasp-RN) está solicitando ao Governo do Estado uma intervenção de equipes de saúde na Penitenciária Agrícola Mário Negócio, em Mossoró, e na Cadeia Pública de Caraúbas, ambas na região Oeste potiguar. De acordo com Vilma Batista, presidente do sindicato, a medida é necessária em razão do falecimento do agente penitenciário Carlos Daniel Bessa Luz na terça-feira passada, dia 27.

A família, que pediu para não se pronunciar por enquanto, enviou o atestado de óbito de Carlos Daniel que aponta a meningite como causa da morte. Ele tinha 37 anos e era natural de Fortaleza, no Ceará.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) informou que as notificações de casos suspeitos de meningite são feitas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e encaminhadas para a Sesap. Até a manhã desta sexta-feira (30) a secretaria diz não ter recebido nenhuma notificação sobre este caso.
Apesar de não ter sido comunicada por vias oficiais, a Sesap está investigando o caso junto ao estado do Ceará, onde residia o agente penitenciário, e avaliando a necessidade de aplicação de possíveis medidas de controle.
De acordo com Dinorá Simas, coordenadora do sistema penitenciário do estado, a primeira informação que ela recebeu foi de que o agente havia sido vítima de hepatite. Ela disse que aguarda o atestado de óbito para tomar providências. "Até para darmos entrada no setor pessoal, precisamos da comprovação da causa da morte. Estou esperando este documento", explicou.
5ª morte em 2014
A preocupação com a doença veio à tona após a morte do estudante universitário André Donaldson Mendes, de 23 anos. O jovem morreu no último dia 24, em Natal, vítima de meningococcemia, que é a forma mais grave de infecção pela Neisseria meningitides (meningococo). André era aluno do curso do Bacharelado de Ciências e Tecnologia (BCT) da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) da UFRN.
No mesmo dia da morte do agente penitenciário, ou seja, no dia 27, a Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica (Suvige) da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) revelou que, de janeiro até aquela data o Rio Grande do Norte havia registrado 46 notificações de casos suspeitos de meningite. Destes, 10 casos foram da forma considerada mais grave da doença (a meningocócica) - dos quais quatro pessoas haviam morrido.
De acordo com Stella Leal, subcoordenadora de vigilância epidemiológica, apesar da ocorrência dos quatro óbitos até então, a situação ainda não pode ser caracterizada como surto ou qualquer outro evento que possa representar perigo, “pois esses registros encontram-se em número e comportamento semelhante ao observado em anos anteriores no Rio Grande do Norte”, afirma.
Em 2013, de janeiro a dezembro, foram confirmados pela Sesap 96 casos de meningite, com 13 mortes.

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