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10/11/2011

Comandante-geral da PM e superintendente da PF participam de coletiva.
Nem é apontado pela polícia como chefe do tráfico da Favela da Rocinha.

Paulo Toledo Piza, Rosanne D'Agostino e Bernardo TabakDo G1 RJ
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A operação na Rocinha, na Zona Sul do Rio, vai retomar a favela de marginais, disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira (10), o coronel Pinheiro Neto, chefe do Estado Maior Operacional. "Quem invadiu a Rocinha foram marginais. Vamos recuperar a Rocinha dos marginais. Haverá a retomada desse espaço, promovendo a lei da ordem", disse.
A coletiva acontece após a prisão dotraficante Antônio Bonfim Lopes, conhecido como Nem, apontado pela polícia como o chefe do tráfico da Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na madrugada. Além dele, outros 14 suspeitos foram presos nas últimas horas, de acordo com o delegado Victor Poubel, da Polícia Federal, incluindo os traficantes Peixe e Coelho, que seria um dos principais comparsas de Nem.
Também participaram da coletiva de imprensa o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, o secretário de Segurança em exercício, Edval Novaes, e o superintendente da Polícia Federal, Valmir Lemos de Oliveira, no Quartel General da Polícia Militar.
Os policiais militares do Batalhão de Choque que efetuaram a prisão do traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem, também estão presentes.
Para o comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, prisão de Nem é motivo de comemoração. “Estamos vencendo. É um dia muito feliz e eu estou muito feliz por estar à frente dessa família da Polícia Militar”.
Momento é histórico, diz superintendente da PF
Já o superintendente da Polícia Federal, delegado Valmir Lemos de Oliveira, disse que está satisfeito com a operação. “A PF foi convidada pelo governo do estado para participar desse grande projeto. Estamos muito satisfeitos pelo convite formulado e pela parceira”. E completou: “É uma grande satisfação poder fazer parte desse momento histórico do RJ”.
Já o secretário de Segurança Pública em exercício, Edval Novaes, confirmou que a Rocinha está em processo de pacificação. “A operação não acabou, ela continua em andamento. Está em andamento o processo de pacificação da Favela da Rocinha”.
Segundo o delegado Victor Poubel, da PF, Nem não reagiu à prisão. "Ele chegou à sede da Polícia Federal aparentemente tranquilo e consciente da prisão dele". Logo após, Nem ligou para a mãe e comunicou que havia sido preso. O traficante ainda fez algumas recomendações. "Ele mandou um recado para os filhos não faltarem às aulas", disse.
Rocinha (Foto: Arte G1)
Escutas telefônicas
O delegado Poubel explicou que foram dez dias de trabalho, 24 horas por dia, monitorando a comunidade. Os agentes trabalharam infiltrados. “A Polícia Federal está há cerca de 10 dias, 24 horas no ar trabalhando incansavelmente para tentar prender esses traficantes do Morro da Rocinha. Todo o nosso aparato de inteligência policial, a Delegacia de Entorpecentes, a delegacia do interior, está se revezando nesse trabalho de vigilância, de acompanhamento dessa movimentação dessas quadrilhas com o intuito de prender esse grupo criminoso”.
A ação policial contou ainda com a ajuda de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. “Nós temos esse trabalho com autorização da Justiça, mas o trabalho da Polícia Federal não se restringe a isso. Nós temos informações. Nós ingressamos veladamente na Rocinha. Nós temos nossos policiais, eles acompanham e esse trabalho agora se intensificou em razão dessa notícia que a Rocinha será ocupada. Isso agitou muito os traficantes e eles estavam planejando essa saída para se espalhar pela cidade do Rio de Janeiro", disse o delegado.
Prisão de Nem
O traficante foi preso por volta de meia-noite, na Lagoa, também na Zona Sul, quando tentava fugir escondido no porta-malas de um carro preto.
Homens do Batalhão de Choque faziam revistas nos acessos da comunidade da Rocinha quando o carro foi interceptado. Dois homens estavam no veículo, mas eles se negaram a abrir o porta-malas. Segundo a polícia, os homens se apresentaram como um funcionário do Consulado do Congo e um advogado, e seriam escoltados até uma delegacia.
Mas segundo a polícia, no trajeto para a delegacia, os homens pararam na região da Lagoa.
Propina
Os agentes contaram, ainda, que os homens teriam oferecido propina entre R$ 20 e R$ 30 mil para seguir viagem. Os policiais do Choque não aceitaram o suborno. A Polícia Federal foi chamada e o porta-malas foi arrombado e lá estava Nem.
Mais cedo, a agentes da Polícia Federal prenderam policiais que escoltavam traficantes que fugiam da Rocinha. Eles foram presos na Gávea, próximo à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e também levados para a sede da PF.
Cerca de 80 homens do Batalhão de Choque permanecem nesta manhã nas favelas da Rocinha e do Vidigal, na Zona Sul do Rio. Segundo o tenente Leonardo Novo, da corporação, o cerco é por tempo indeterminado. Moradores e motoristas que passam pelo local são revistados, mas não há presos.
UPP
O Ministério da Defesa vai mandar homens da Marinha e equipamentos militares para a ocupação do morro da Rocinha. Apesar do ministério não confirmar formalmente a participação na operação, o pedido de apoio logístico ao Ministério da Defesa foi feito há cerca de dez dias pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).
A previsão é de que a ocupação aconteça nos próximos dias.
A Marinha usará na operação os mesmos blindados utilizados na tomada das comunidades do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, os chamados Clanfs (carros lagartas anfíbios). Os blindados serão operados por fuzileiros navais e também ajudarão no transporte dos policiais militares durante a entrada no morro.

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