Com o laudo cadavérico conclusivo de que a fisioculturista paulista, Fabiana Caggiano Paes, 36 anos, foi morta por asfixia mecânica, o delegado especialmente nomeado para apurar o caso, Frank Albuquerque da Silva, disse que as mentiras do viúvo, Alexandre Furtado Paes, "finalmente foram desmascaradas" e como ele agiu de ma fé, "poderão ser usadas contra ele no júri popular" pelo crime de homicídio. Ontem, ao divulgar o resultado dos laudos, o delegado confirmou que Alexandre Paes será indiciado por homicídio.
O laudo cadavérico assinado e entregue na tarde de ontem ao delegado Frank Albuquerque pelo perito do Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep), Cícero Tibério Landim de Almeida, aponta como causa da morte da turista de São Paulo "encefalopatia anóxica devido à asfixia mecânica decorrente de constrição vertical e consequente compressão das vias aéreas".
A fisioculturista Fabiana Paes chegou de férias em Natal no dia 25 de dezembro do ano passado e três dias depois foi encontrada inconsciente no banheiro do apartamento 505 do Hotel Arituba, no Tirol. Ela foi socorrida para o Hospital da Unimed, em Lagoa Nova, onde morreu às 8h45 do dia dia 2 de janeiro. Segundo o laudo necroscópico, foram encontrados no corpo da vítima "equimoses dispostas em sentido horizontal e posterior da região cervical associado às alterações das estruturas internas do pescoço".
Ainda aponta o laudo que ocorreu infiltração hemorrágica na musculatura da região cervical anterior e posterior e infiltrado hemorrágico "na túnica externa da artéria carótida comum direita". Também foram encontradas hemorragia na traqueia e em seus anéis traqueais, confirmados pelo exame anatomopatológico.
Frank Albuquerque informou que dos cinco laudos realizados, falta chegar às suas mãos apenas o laudo sobre a perícia local do crime, mas ele informou que os elementos do laudo cadavérico serão suficientes para indicar criminalmente por homicídio o fisioculturista, Alexandre Furtado Paes.
Como não houve flagrante delito e o suposto acusado de assassinato tem residência fixa, em Osasco, é primário e não obstruiu o andamento das investigações, não será pedida a prisão preventiva de Alexandre Paes, que deverá responder pelo crime de homicídio em liberdade, provavelmente, até ser ouvido pelo juízo criminal e ir à júri popular na Comarca de Natal. Albuquerque informou, também, que ainda faltam ser ouvidas quatro testemunhas do caso, que só não prestaram depoimentos devido a dificuldade de localizá-las num período em que, geralmente, as pessoas tiram férias do trabalho.
As testemunhas incluem dois turistas de São Paulo que haviam se hospedados em apartamentos vizinhos ao apartamento 505, onde estava o casal de fisioculturistas paulistas, além de um turista do Ceará e outro do Rio de Janeiro. "As testemunhas serão ouvidas, mais para a gente entender porque esse crime ocorreu?"
"Como só havia ela e o marido dentro quarto, na hora em que ela foi agredida, concluimos que foi Alexandre que asfixiou a própria esposa", disse o delegado. Segundo ele, as oitivas dessas testemunhas restantes podem ser feitas depois, porque as provas colhidas são suficientes para que o inquérito seja concluído até o dia 2 de fevereiro e remetido à justiça.