Bartô Galeno é considerado foragido pela Justiça (Foto: Divulgação/Sejuc-RN)
Depois de ter libertado um preso que deveria cumprir pena pelo menos até 2018, o diretor interino da Penitenciária Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta, na Grande Natal, Marcos Marques, afirma que cumpriu o procedimento padrão no caso ao consultar a Polinter, sistema da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) onde ficam arquivados os processos dos presos. Solto na última sexta-feira (9), o preso Bartô Galeno Alves Saldanha, que responde por diversos homicídios em Mossoró e municípios próximos, na região Oeste potiguar, foi liberado com base em um alvará de soltura referente a outro crime e ainda não foi localizado.
"Consultamos a Polinter (sistema da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social onde ficam arquivados os processos dos presos) e não constava nada contra ele. Que eu saiba o procedimento padrão é consultar a Polinter. Não tenho culpa se as comarcas não abasteceram o sistema da Delegacia de Capturas. Se não há nenhum outro processo em aberto, o procedimento é liberar o detento", explica o diretor interino da unidade prisional.
Sobre o fato de não ter consultado o e-SAJ, sistema de consultas penais do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), antes de libertar o preso, Marcos Marques conta que o sinal de internet é ruim na área do presídio. "É complicado. Aqui não temos internet. Os procedimentos foram feitos", reforça. De acordo com o diretor interino da unidade, o procedimento adotado já foi comunicado à Coordenadoria de Administração Penitenciária (Coap) e ao juiz da 12ª Vara Criminal de Natal, Henrique Baltazar, que nesta terça-feira (12) classificou a libertação do preso como um ato de despreparo.
"Foi um ato de total despreparo para uma pessoa que está a frente de uma unidade prisional. Ele deveria ter consultado a Vara de Nísia Floresta ou até mesmo a de Mossoró antes de liberar o preso. Esse vice-diretor que assumiu a penitenciária não tem condições de administrar um órgão desse tipo. Como você libera um preso só com um alvará de soltura? Por que não consultou se ele respondia por outros crimes?", afirmou o magistrado.
Henrique Baltazar explica que Bartô Galeno havia sido transferido de Caicó para Natal por ser altamente perigoso. "Ele é um dos presos mais perigosos do estado. Cometeu crimes em Janduís, mas está sendo julgado em Mossoró justamente por ser muito perigoso. Em Mossoró, responde por vários homicídios", informou. O juiz afirmou que irá procurar o Ministério Público para apurar os responsáveis pela liberação de Bartô. "Vamos contactar o MP. Temos que punir quem liberou esse preso que foi solto quando cumpria pena. Espero que a polícia possa recapturá-lo", conclui.
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