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15/05/2012

Presídio passa por restauração do sistema elétrico



Sem energia elétrica os presos estão no pátio por causa do calor nas celas superlotadas
Após cerca de 15 dias sem energia elétrica, a resolução do problema de falta de luz no Presídio Raimundo Nonato deve ser providenciada hoje.  Segundo o novo diretor do presídio, Francisco Renilson da Silva, o problema começara a ser resolvido hoje, às 08h. A expectativa é que o reparo dure três dias. Atualmente, por conta de falta de energia elétrica, os presos não estão confinados nas celas, mas circulando livremente nas áreas comuns do presídio. Com o restabelecimento, eles irão ficar limitados às celas novamente.
O conserto da fiação elétrica do presídio contará com um esquema especial de monitoramento. O Grupo de Operações Especiais ficará responsável por isolar os presos na quadra do presídio, enquanto os eletricistas trabalham. Como o reparo não termina em um único dia, os presos, ao fim do trabalho, voltam a circular livremente e no dia seguinte o mesmo procedimento é realizado, com os agentes do GOE mantendo os presos isolados na quadra. "O ideal seria realizar uma transferência de alguns presos, mas isso é impossível no sistema carcerário atualmente", diz Francisco Renilson.
Durante esse período, os detentos não puderam ficar confinados nas celas, por conta do calor. "Era impossível manter o encarceramento. Eles quebrariam tudo, não só por conta da falta de luz, mas pela falta de ventilador. O calor é insuportável", diz Renilson, afirmando que os detentos já quebram os cadeados das celas. "Já fizemos a reposição. Está tudo pronto para restabelecer a energia elétrica e a volta do funcionamento normal do presídio", complementa o diretor do Raimundo Nonato.
Segundo agentes penitenciários, que preferiram não se identificar, na última sexta-feira houve uma tentativa de religar o sistema, mas apenas "alguns bicos de luz" foram ligados. A solução emergencial não foi suficiente para resolver o problema definitivamente. O presídio tem 396 detentos, sendo de 12 a 18 por cela. A capacidade é de 160 presos, o que significa uma superlotação de 120%.
Agentes penitenciários relataram que está difícil trabalhar no Raimundo Nonato com a falta de energia elétrica. "O clima fica mais tenso, porque o presídio é superlotado. Tanto que houve o problema da quebra dos cadeados e dobradiças", disse um deles. A parte externa da unidade tem sido vigiada pela Polícia Militar, para evitar a ocorrência de fugas.
Como os 383 presos estão espalhados pela quadra, a direção informou que realiza uma chamada para assegurar a presença dos presos. Contudo, há informações de que não foi realizado nenhum tipo de  contagem capaz de identificar eventuais fugitivos. Nesse meio tempo, os detentos dormiram na quadra da unidade.
Por conta dos problemas do sistema carcerário, o Raimundo Nonato ficou sem diretor durante a semana passada. Alexandre Bosco pediu exoneração do cargo. O antigo diretor disse que a situação de "falta de estrutura da unidade" lhe incomodava e não encontrava respostas das autoridades frente a pedidos de melhoras.  ""Enviava vários documentos pedindo alguma alteração. Mas nada aconteceu", disse Bosco, na ocasião de sua saída.
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