A pensionista Olga Cruz de Oliveira Lima recebeu cerca de R$ 30 mil vinte dias antes de ser assassinada, fato que ocorreu na segunda-feira passada. O dinheiro foi proveniente de uma disputa judicial com uma companhia de seguros e o processo teve sentença publicada no dia 20 de abril passado. A questão envolvia problemas na entrega de casas, que apresentavam avarias e estruturas comprometidas. Outros 29 moradores do mesmo conjunto residencial formavam a ação conjunta, que resultou em uma indenização total de R$ 856 mil. Não há registro no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte de que a companhia de seguros tenha recorrido da determinação judicial.
Na segunda-feira passada, criminosos invadiram a residência - localizada no bairro de Nova Parnamirim - onde estavam Olga e a sua filha, Tatiana Cristina Cruz de Oliveira. As mulheres foram vítimas de tortura e morreram em virtude da gravidade dos ferimentos sofridos. A perícia registrou marcas de espancamentos e facadas espalhados pelos corpos de mãe e filha. A casa de número 464, na rua Antônio Lopes Chaves, ficou totalmente revirada e indícios levam a crer que criminosos buscavam algo de valor.
Fechada a entrevistas, a polícia não comentou a possibilidade de os bandidos estarem procurando a quantia de dinheiro na casa das mulheres, ou as obrigando a retirar o dinheiro do banco. O inquérito do assassinato é conduzido pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, de Parnamirim. A assessoria de comunicação da Delegacia-geral da Polícia (Degepol) informou que a delegada Patrícia de Melo Gama não mais se pronunciará até a resolução do caso, de modo que não haja prejuízo ao andamento das investigações.
Delegada ouvirá ex-companheiro de Tatiana Cruz
A polícia ouvirá na próxima semana o ex-companheiro de Tatiana Cruz, o contador português José Luiz Vaz Marques Rosa. Na quinta-feira passada, agentes estiveram presentes no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Macaíba - onde o estrangeiro está detido -, para colher informações. O homem responde a 64 crimes fiscais cometidos no seu país de origem e aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal sobre processo de extradição.
Levantamento feito pela Justiça Federal apontou que o homem remeteu ao Brasil, de forma irregular, valores equivalentes a R$ 500 mil. As propriedades obtidas com o dinheiro, incompatíveis com a renda declarada, chamaram atenção da polícia. Ele era proprietário de oito imóveis e três veículos. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, José Luiz disse não acreditar na hipótese de assalto contra a ex-companheira.