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20/11/2012

CASO ELISA SAMUDIO: Julgamento começa com tumulto



Macarrão chega para julgamento, em Belo Horizonte
Após uma manhã completamente tumultuada e três horas de atraso, o Judiciário mineiro começou ontem a julgar o goleiro Bruno Fernandes pelo sequestro, cárcere privado, assassinato e ocultação de cadáver de sua ex-amante Elisa Samudio, de 24 anos. Também estão sendo julgados seu braço direito, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, acusado dos mesmos crimes; a ex-mulher do jogador Dayanne Rodrigues do Carmo, processada pelo sequestro e cárcere privado do bebê que Elisa teve com o amante; e uma namorada do atleta, Fernanda Gomes de Castro, acusada de sequestro e cárcere privado da criança e da mãe.
Apesar de bem mais magro e do semblante abatido, Bruno permaneceu todo o tempo de cabeça erguida, sentado ao lado de Dayanne, mas sem conversar com a ex-mulher com que tem duas filhas. O goleiro também não conseguiu trocar qualquer palavra com a noiva, a dentista Ingrid Calheiros, que saiu do Rio de Janeiro para acompanhar o julgamento no fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O grupo será julgado por um júri popular composto por um homem e seis mulheres: Roberto Severo, Ana Lídia Costa Gouveia, Tania Márcia Caetano Moreira, Ivone Bispo Dias, Elizangela Rosilene Costa, Lilian Queiroga e Ana Lúcia de Oliveira.
A primeira testemunha a ser ouvida foi Clayton da Silva Gonçalves, amigo de infância de Bruno e Macarrão e que chegou a ser preso no início das investigações em torno do desaparecimento de Elisa, vista pela última vez no início de junho de 2010 e cujo corpo nunca foi localizado. Foi na casa da namorada de Gonçalves que foi encontrado o bebê filho de Bruno com Elisa após a polícia receber denúncia de que a criança e a mãe haviam sido vistas em um sítio do goleiro em Esmeraldas, também na região metropolitana da capital.
Gonçalves alegou ter sofrido "pressão psicológica" e "ameaças" por parte da Polícia Civil, mas confirmou os depoimentos nos quais narrou conversa na qual Sérgio Rosa Sales disse que "Elisa já era". Sales era o único acusado do assassinato que aguardava o julgamento em liberdade, mas foi morto em agosto próximo a sua casa, na região norte de Belo Horizonte.
A testemunha, porém, entrou em uma série de contradições. Uma delas ao ser questionada sobre o motivo de ter aconselhado Bruno a "não matar" Elisa e a "assumir logo" a paternidade do bebê da jovem, conforme consta em um de seus depoimentos. Apesar de ter confirmado seus depoimentos, Gonçalves disse "não se recordar" do conselho nem de tudo que foi falado à polícia porque "já se passaram dois anos". Questionado pelo promotor Henry Wagner Gonçalves, a testemunha confirmou também que ouviu Sérgio Sales contar que Elisa havia sido "jogada para os cachorros" cerca de duas semanas antes de essa denúncia vir à tona.
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