Agentes penitenciários abortaram uma fuga em massa no presídio de segurança máxima de Alcaçuz, na Região Metropolitana de Natal. Em revista de presos no início da tarde de ontem terça-feira (27) foi encontrado um túnel de aproximados 80 centímetros de diâmetro e oito metros de fundura em uma das celas do Pavilhão 4.
Segundo a diretora do presídio, Dinorá Simas, oito apenados ocupavam a cela, recentemente reformada. No Pavilhão 4 estão os presos maiores de 30 anos e com problemas de saúde. A fuga seria realizada nesta quarta-feira (28). Ninguém fugiu.
O túnel será fechado ainda nesta terça-feira. Segundo o tenente Benedito Guedes, da Companhia Independente de Guardas, é comum "o governo" revestir os túneis encontrados com "paliativos". Fecham a superfície e deixam a areia embaixo. Fica fácil pra cavarem de novo".
A diretora acredita que o túnel foi cavado com ferramentas caseiras fabricadas a partir de utensílios domésticos. "Deixamos quatro baldes de água por cela, para que eles lavem as roupas sujas. Nas visitas a gente pede que tragam a comida em vasilhas. Então, desse material eles produzem ferramentas.
Questionada sobre o revestimento frágil das paredes e pisos, sujeitos a ferramentas precárias, Dinorá Simas explica que também podem ter sido usados materiais mais sólidos de ventiladores. "Eles não fazem nada o dia todo. São 24 horas pra fazer isso. Quando encontram cavam e aparecem as ferragens da construção, aí arrancam e fazem novas ferramentas", disse.