Delegado Frank Albuquerque diz que marido de Fabiana mentiu
Homicídio cometido sob forte emoção. Essa é a principal suspeita da Polícia Civil do Rio Grande do Norte para explicar a morte da fisiculturista paulista Fabiana Caggiano Paes, 36 anos. De acordo com o delegado responsável pela investigação do caso, Frank Albuquerque, as lesões cervicais detectadas no corpo da vítima não foram provocadas por queda. "Essa informação foi assegurada pelo perito do Itep. Todos os indícios levam a crer que estamos diante de um homicídio cometido sob forte emoção", afirmou Frank.
Ontem, a polícia divulgou imagens do circuito interno de TV do hotel onde Fabiana estava hospedada juntamente com o marido, o empresário Alexandre Furtado Paes, mãe, irmã e dois sobrinhos. As imagens foram gravadas no dia 28 de dezembro passado e mostram o momento em que a atleta foi socorrida pelos paramédicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no próprio hotel. Fabiana Caggiano faleceu no dia 2 de janeiro na UTI de um hospital privado da cidade. A polícia começou as investigações logo em seguida.
Ouvido pela polícia, o marido da atleta disse que ela havia sofrido um acidente enquanto tomava banho. Porém, de acordo com laudo, ainda não oficial, do Instituto Técnico Científico de Polícia do RN (Itep), a vítima tinha marcas no pescoço, traquéia e pulmões, o que pode configurar em asfixia mecânica proposital. Segundo Albuquerque, o perito responsável pelo laudo descartou a possibilidade das marcas encontradas no corpo da atleta terem sido provocados por uma queda. "Isso está esclarecido. Alexandre Paes mentiu várias vezes no seu depoimento", pontou Frank.
O delegado aguarda o envio de laudos complementares para encerrar as investigações. Ao mesmo tempo, espera que a polícia civil de São Paulo ouça outras testemunhas. Em Natal, onze pessoas já foram ouvidas. Na última sexta-feira, Frank enviou uma carta precatório solicitando ao delegado João Gonzales, de Osasco/SP que a mãe e irmã de Fabiana também fossem ouvidas. "Elas informaram um fato importante. Descobriram uma mensagem de uma mulher no celular de Alexandre", contou. O delegado acredita que as investigações serão encerradas na próxima semana. "Os trabalhos estão adiantados. Até quarta-feira devemos ter algum indiciamento".
Alexandre Paes é o único e principal suspeito pela morte da fisiculturista. A polícia não tem outra linha de investigação e a possibilidade de um acidente está descartada. Segundo a polícia, ele está em Osasco/RN e, mesmo que seja indiciado, não deverá ser preso imediatamente. "Não há motivos para pedir prisão. Ele se apresentou à polícia, prestou dois depoimentos, tem endereço fixo e não tem antecedentes criminais", explicou o delegado.
