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13/09/2025

Justiça Eleitoral cassa vereadores em quatro municípios do RN por fraude à cota de gênero

 Yuri Cortez explica campanhas inexistentes de mulheres | Foto: Reprodução do YouTube

Yuri Cortez explica campanhas inexistentes de mulheres | Foto: Reprodução do YouTube

A Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte já confirmou a cassação de mandatos e a aplicação de inelegibilidades em quatro municípios do estado — Bento Fernandes, Equador, Nísia Floresta e Poço Branco — devido à prática de fraude à cota de gênero nas eleições de 2024.

101 ações por candidaturas “laranjas”

Após o pleito, foram ajuizadas 101 ações contra chapas de vereadores em diversos municípios potiguares. O alvo das denúncias são as chamadas candidaturas “laranjas”, registradas apenas para cumprir a exigência legal de pelo menos 30% de candidaturas de um gênero (art. 10, §3º da Lei nº 9.504/97).

As ações se dividem entre Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs) e Ações de Impugnação de Mandato Eletivo (AIMEs). Em alguns casos, já houve cassações confirmadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN); em outros, decisões de zonas eleitorais ainda aguardam análise em segunda instância, permitindo que os vereadores permaneçam no cargo até julgamento definitivo.

Como funciona a fraude

Segundo o advogado Yuri Cortez, muitos partidos registram mulheres que não realizam campanha efetiva, apenas para “fechar a nominata”. Essas candidaturas não apresentam atos de campanha, não movimentam recursos e, em alguns casos, sequer recebem votos.

Em 2024, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reforçou a fiscalização ao publicar a Súmula 73, que definiu critérios para identificar candidaturas fictícias:

  • votação zerada ou inexpressiva;
  • prestação de contas sem movimentação relevante;
  • ausência de atos de campanha.

Esses requisitos não precisam ser cumulativos: a presença de apenas um já pode levar à cassação da chapa.

Atuação do TRE-RN

Para Yuri Cortez, o TRE potiguar vem atuando de forma firme e criteriosa: “O TRE está se aprofundando muito bem nesses casos e vem se posicionando de forma responsável, analisando cada situação de forma particular”, destacou o advogado.

Com as decisões recentes, o tribunal reforça a política afirmativa de inclusão feminina na política e combate o uso de candidaturas fictícias que distorcem a representatividade.

Tribuna do Norte

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